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Bairro Santa Tereza, Belo Horizonte

Bairro Santa Tereza

Hoje vamos falar do bairro mais querido de Belo Horizonte, o Santa Tereza.

Qualquer morador aqui da capital já viveu algum momento especial por ali. Seja um Happy Hour com amigos, um evento na Praça Duque de Caixias ou um simples um passeio pelas ruas do bairro que ainda conserva um estilo interiorano em pleno 2023.

Agora em outubro é comemorado o aniversário do Bairro, pois no dia 01 de outubro foi o dia de Santa Teresinha  e no dia 15 de outubro é comemorado o Dia de Santa Tereza de Ávila, as duas são as padroeiras do bairro. E por isso a Igreja do bairro leva o nome das duas Santas: Igreja de Santa Tereza e Santa Teresinha.

Nós temos um conjunto de 04 videos no youtube e no instagram em parceria com a arquiteta Maira Onofri onde a gente explorou o Bairro. A pesquisa foi feita pela Maira e foi toda baseada no Dossiê de Tombamento do Conjunto Urbano do Bairro Santa Tereza.

Início do Bairro:

Você que Mora, trabalha ou estuda no Santê, pode saber que nesse terreno aí já foi alguma plantação de milho ou tinha alguma horta ou era uma área de pasto pra criar gado. Calma que vou explicar! É que o bairro surgiu como uma das cinco colônias agrícolas criadas ao redor da Avenida do Contorno no início  da construção de Belo Horizonte. Eram elas “Bias Fortes”, “Afonso Pena”, “Carlos Prates”, “Adalberto Ferraz e a região do Santa Tereza era chamada de Corrego da Mata. Essas colônias serviam para produzir os alimentos que seriam consumidos na capital (carne, ovos, verduras, frutas, legumes, leite).

Na chamada Colônia Córrego da Matta, depois denominada Américo Werneck, também foi construído um centro de Imigração que acolhia e regularizava a situação de imigrantes interessados em trabalhar nas colônias agrícolas ou na construção da capital.

A Europa passava por muitas transformações com a Revolução industrial e muita gente estava na miséria lá, sendo essa a oportunidade de prosperar em um novo local. Chegavam principalmente italianos, mas também portugueses e espanhóis. Isso também deu um apelido a região que era o Bairro da Imigração. O Bairro só recebeu o nome atual em 1928 com o início da construção da Igreja.

Além do fluxo de imigrantes a região de Santa Tereza também foi fortemente marcada pela construção de um hospital para tratamento de doenças infectocontagiosas. O Hospital Cicero Ferreira, conhecido como o Hospital do Isolado, fica onde hoje é o Mercado Distrital do bairro.

O clima de Belo Horizonte era conhecido naquela época como propício para tratamento de doenças respiratórias! Houve também a construção de um quartel do exército em 1916 na Praça Duque de Caxias, que anos depois passou a sediar o Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais e foi toda essa mistura que deu início ao processo de urbanização do bairro, com abertura de ruas, sistema de esgoto, água e energia elétrica.

Em pouco tempo, a Praça Duque de Caxias e seus arredores, passaram a contar com um público cada vez maior no bairro! Durante o dia, o maior fluxo era para a compra de mantimentos, que virava um local para conversa e convivência cotidiana. E à noite a Praça era um local de confraternização e muito movimento, como é até hoje, não é mesmo?

O Santa Tereza conseguiu chegar aos anos de 1980 apresentado uma baixa densidade populacional, um baixo grau de verticalização, além de manter preservado um considerável número de edificações que remontam às primeiras décadas do século XX.

Em 1996, um movimento criado pelos próprios moradores, conhecido como “Salve Santa Tereza” teve como principal objetivo proibir que novos empreendimentos imobiliários de grandes proporções ocupassem o bairro. Os participantes do movimento fizeram até um “abraço simbólico”  em torno da Praça Duque de Caxias, na tentativa de mobilizar muita gente.

Depois disso foi encaminhado ao Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte um abaixo-assinado solicitando “a elaboração de estudo para a preservação e tombamento do bairro Santa Tereza” para consolidar o bairro como área de patrimônio cultural da cidade. E foi assim que que o Conjunto Urbano Bairro Santa Tereza foi protegido e é destacado na área cultural até os dias de hoje.

Falando em Área Cultural a gente precisa falar sobre o Cine Santa Tereza, construído na década de 1940  e que teve forte aceitação e entusiasmo do público. Lembra que a gente falou aqui num episódio passado de como era uma experiencia ir ao Cinema?

Ainda mais com uma praça em frente, que era uma extensão do Prédio.  Como todo cinema de Rua, na década de 1980 o Cine Santa Tereza passou por muitas dificuldades financeiras até que o proprietário se viu obrigado a encerrar suas atividades. Linkando também com o Radiocast que abordamos sobre a importância de preservar e restaurar o patrimônio, o Cine voltou a ser cinema e está aí lindo e forte novamente com uma programação totalmente gratuita

A praça Duque de Caixias era, e ainda é, um local lazer e de interação artística que acaba refletindo em um conjunto de manifestações na comunidade, como um todo. Paralelo à reabertura do Cine Santa Tereza, diversas outras expressões artísticas, de caráter popular e espontânea, vão se tornando cada vez mais intensas por aqui!

E falando em expressões artísticas de lá saíram grandes nomes da nossa musica:

Nos anos 1970, eram comuns os jovens fazerem horas dançantes nas casas. O cenário musical da época era composto pela Jovem Guarda, Beatles, bossa nova, soul music e outros estilos. E tinha um grupo de amigos que se encontravam na esquina da Paraisópolis com Divinópolis em busca de aprimoramento musical, mal sabiam eles que ali estava surgindo um movimento musical que ficou internacionalmente conhecido como o Clube da Esquina.

A Família Borges retornou do centro para a casa que tinham na Rua Divinópolis. Paulinho Horta que é irmão do Toninho Horta era músico da noite e amigo de Marilton Borges então passaram a frequentar os encontros musicais nesta casa da Rua Divinópolis e foi por essas conexões que Toninho conheceu Bituca, bituca que já conhecia os Borges lá do Edifício Levy e dali pra frente foi só sucesso!

Foi também no Santê no inicio da década de 1980 que a história do Sepultura começou quando os irmãos Max e Igor Cavalera decidiram chamar seus amigos de colégio e Jairo para montar uma banda.

Nos anos seguintes eles foram descobertos num festival de bandas em Belo Horizonte, após o dono da gravadora Cogumelo Records ter assistido o show deles, contrata a banda e faz o 1º disco. Sepultura chegou nos anos 1990 já como uma das principais bandas brasileiras de heavy metal.E falando nos anos 1990, foi num mesa do Bolão que surgiu o Skank, que na época se chamava Pouso Alto do Reggae, que inicialmente era composta por Samuel Rosa, Henrique Portugal e  os irmãos Dinho e Alexandre Mourão.

O Lelo e o Haroldo entraram depois, quando foram fazer um show em SP e o Dinho e o Alexandre não puderam ir. Desde então se tornaram uma das maiores e mais queridas bandas do Brasil, carregando sempre o nome de BH por onde passavam.

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